Tecnisa tem lucro recorde até setembro e reverte perdas de 2012

A Tecnisa registrou, de janeiro a setembro, lucro líquido recorde, de R$ 178 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 171 milhões do acumulado de 2012. A empresa está "colhendo os frutos do trabalho feito no ano passado", segundo seu diretor financeiro e de relações com investidores, Vasco Barcellos. O executivo ressaltou a qualidade de lançamentos de 2013, com margens "bastante elevadas" em relação à média de 2012.

No terceiro trimestre, a Tecnisa registrou lucro líquido de R$ 62 milhões, ante o prejuízo líquido de R$ 56,46 milhões do mesmo período do ano passado. A receita líquida aumentou 47%, para R$ 436,29 milhões.

A margem bruta ajustada da Tecnisa subiu de 24,4% no terceiro trimestre de 2012 para 39,3%. "Há consistência maior do desempenho operacional, avanço de obras e aprimoramento de processos", afirmou Barcellos. Conforme o executivo, a tendência é que, no quarto trimestre, a margem bruta da companhia fique próxima ao patamar atual de margem a apropriar. No terceiro trimestre, a margem a apropriar da Tecnisa foi de 42,6%.

O Jardim das Perdizes - maior projeto da Tecnisa, desenvolvido na zona oeste de São Paulo - respondeu por 14% da receita líquida e 24% do lucro líquido no intervalo de julho a setembro, ante as participações de 23% e 45% no segundo trimestre, respectivamente. "Outros negócios também contribuíram bastante para o desenvolvimento favorável do trimestre", disse Barcellos.

Até o momento, a Tecnisa lançou pouco mais de R$ 1,7 bilhão em 2013. De janeiro a setembro, os lançamentos somaram R$ 1,621 bilhão. Conforme o diretor de relações com investidores, a companhia tem R$ 650 milhões de projetos aptos a serem lançados, dependendo das condições de mercado. Segundo ele, não deve haver "concentração grande" de lançamentos da empresa no quarto trimestre. A incorporadora não tem meta de lançamentos para 2013.

"Para a nossa estrutura de custos fixos, a dimensão operacional ótima é de R$ 2 bilhões ao ano", disse Barcellos.

No quarto trimestre, a companhia poderá gerar caixa operacional e, no primeiro trimestre de 2014, isso começará a ocorrer "com certeza", de acordo com Barcellos. A mudança de perfil da Tecnisa de consumidora para geradora de caixa tem como base a expectativa de entrega de empreendimentos e os repasses, "se tudo ocorrer como o esperado", de acordo com o executivo.

No terceiro trimestre, a incorporadora teve queima de caixa de R$ 28 milhões, ajustada pelo pagamento da outorga da segunda fase do Jardim das Perdizes e pela recompra de ações.

A Tecnisa registrou resultado financeiro positivo em R$ 7,7 milhões no trimestre ante a cifra negativa de R$ 2,6 milhões no mesmo período de 2012. No fim de setembro, a Tecnisa tinha posição de caixa de R$ 344 milhões, 28% acima de um ano antes. A queda resultou da redução de sua dívida corporativa. A empresa antecipou a quitação da dívida corporativa mais cara e amortizou 50% de sua segunda emissão de debêntures.