Tecnisa faz parceria com Molegolar para cortar custos
Em um cenário de alta de custos de matérias-primas e margens pressionadas, a Tecnisa fechou parceria com a Molegolar para melhora da eficiência das plantas de seus empreendimentos. A intenção é que a Molegolar contribua para que a Tecnisa possa reduzir áreas comuns dos projetos, ou seja, as que não comercializa e, nos casos em que a legislação permite, aumentar a área construída das unidades.
O acordo começa por cinco projetos, que estão sendo desenvolvidos pela Tecnisa ou em fase de aprovação de licenças. Os empreendimentos, com Valor Geral de Vendas (VGV) que soma R$ 800 milhões, serão lançados neste ano. O VGV corresponde à maior parte da projeção de lançamentos de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão traçada pela incorporadora para o biênio 2020-2021.
Maior parte da meta de lançamentos previstos para o biênio 2020-2021 será cumprida com projetos da parceria
“Com a pressão de custos, temos o desafio de otimizar os projetos cada vez mais”, afirma o diretor de incorporação da Tecnisa, Alexandre Mangabeira. Os ajustes que têm sido propostos pela Molegolar permitem economia de custos de 2% a 3%. A redução da área da fachada de um edifício, por exemplo, vai significar, segundo Mangabeira, menor consumo de argamassa e tinta.
“É possível aumentar a rentabilidade, ter uma obra mais rápida e diminuir o consumo de recursos do planeta”, afirma Saulo Suassuna Fernandes Filho, fundador da pernambucana Molegolar. Quando, após a revisão de um projeto pela “startup”, for possível aumentar a área de venda, há “crescimento significativo da lucratividade do empreendimento”, segundo Fernandes.
A possibilidade de cortar custos se faz mais relevante, segundo o diretor de incorporação da Tecnisa, diante da expectativa de aumento dos gastos com mão de obra em um cenário de grande volume de lançamentos previstos para a cidade de São Paulo - maior mercado imobiliário do país. O dissídio ocorre neste mês.
Tradicionalmente, conta o diretor de incorporação, todas as plantas da Tecnisa são apresentadas ao presidente, Joseph Nigri, e ao fundador da companhia e presidente do conselho de administração, Meyer Nigri, para discussão e busca de eficiência. Segundo Mangabeira, a parceria com a Molegolar vai possibilitar que o olhar externo da equipe de Fernandes contribua para novos ajustes nos projetos.
O fundador da Tecnisa, que esteve afastado durante seu período de hospitalização decorrente do agravamento da covid-19, voltou a participar das discussões com o presidente e o diretor de incorporação sobre o formato final das plantas.
A parceria com a Tecnisa é a primeira para melhora da eficiência de projetos fechada entre a Molegolar e uma incorporadora de capital aberto. A Tecnisa avalia contratar a Molegolar também para desenvolver empreendimentos modulares, atividade que deu origem à startup. “No segundo semestre, vamos olhar terrenos para 2022 e começar a conversar com a Molegolar sobre a segunda etapa da parceria”, diz Mangabeira.
Por enquanto, além da revisão das plantas dos projetos, a Molegolar está oferecendo à Tecnisa dicas sobre novas formas de moradia, após a pandemia de covid-19, obtidas a partir do “PandeBuilding”, conjunto de lives realizadas pela “startup”, em 2020, com participantes multidisciplinares.
A Tecnisa tem expectativa de retomar, neste mês, seus lançamentos. O primeiro deles tem VGV de R$ 160 milhões e ainda não integra a parceria com a Molegolar.