Geral 13/03/2015

Comunicação é só parte do comércio, diz diretor de marketing da Tecnisa

A segunda edição do "Arena do Marketing" na "TV Folha" entrevistou Romeo Busarello, diretor de marketing e ambientes digitais da Tecnisa. Ele falou sobre as novas abordagens do mercado imobiliário com a repórter de "Mercado" Mariana Barbosa e o professor Pedro Waengertner, coordenador do Núcleo de Marketing Digital da ESPM-SP.


Na entrevista, Busarello abordou as ações da empresa imobiliária em redes sociais, como o voucher de R$ 10 mil para compradores que seguirem a empresa no microblog Twitter, e de inovações para atrair empreendedores, como o "fast dating", no qual start-ups apresentam para o grupo Tecnisa, em 300 caracteres, projetos em todas as áreas, como recursos humanos, marketing e ambientes digitais.


Busarello disse que universidades não preparam os profissionais para fazer apresentações e convencer a empresa de que tem bom negócio e o "fast dating" é uma forma nova de ouvir os empreendedores.


Busarello e Waengertner citam as dificuldade de ensinar na área de marketing. "Nós que estamos no mercado de trabalho ensinamos para os alunos aquilo que dá certo. A cada dois anos tudo muda", disse Busarello.


"Não há literatura nessa área, pois estão defasados, e nesse mercado as coisas andam rápido, o 'fast dating' é uma forma de oxigenar, compartilhar conhecimento", completou Waengertner.


REDES SOCIAS E CRISE


Busarello disse que as marcas precisam trabalhar para conseguir uma certa visibilidade e que não é viável investir apenas em redes sociais e não ter retorno. Para ele, a comunicação é apenas parte do comércio e que o principal é o produto.


Nesse momento de crise, o diretor de marketing acredita que é preciso mostrar resultados. Mas as empresas não devem se aproximar da crise nas questões de uso da marca.


Na opinião de Pedro Waengertner, as empresas trabalham em cima de unanimidades. O professor disse, porém, que é possível trabalhar o clima de insatisfação sem entrar na questão política, ainda que corra o risco de soar oportunista.


Busarello acredita que as rede sociais já não têm o mesmo impacto que tinham no passado, e críticas são tratadas da mesma forma que o serviço de atendimento ao consumidor. "No fim do dia tem que dar dinheiro, não importa o número de likes no Facebook (...) isso é responder às críticas, mas sem tirar o sono," disse.


GAYS E IDOSOS


O diretor de marketing da Tecnisa disse que a empresa trabalha com comunidades homossexuais, em sites relacionados a esse público, como forma de otimizar recursos, e fazem mais modificações dentro do apartamento comprados por esse nicho.


Para o professor Waengertner, a Tecnisa está sendo pragmática em trabalhar com o público gay sem medo de rejeição e que as empresas devem estar abertas para essas questões.


A empresa também verificou a mudança na pirâmide etária, e os prédios passaram a ser pensados para um público mais velho, como explica Busarello: "Trabalhamos com arquitetura inclusiva, e pensamos em criar prédio exclusivo 'senior living', abraçando a causa da terceira idade, um mercado que está crescendo."


Ele também disse que as novas tecnologias estão ajudando a tornar menos onerosos os custos do condomínio e afirmou que, entre as próximas linhas de ação, estão investimentos da empresa em prédios sustentáveis, com emprego de materiais recicláveis, reúso de águas e hidrômetros individuais.