Dia internacional da mulher

Harmonia financeira um enorme desafio para os casais

Por que é tão difícil conversar sobre finanças em casa? Você já reparou que boa parte das discussões e até separações possui o componente financeiro? Muitas pessoas tem dificuldade de perceber que para existir harmonia é fundamental o comprometimento do casal, inclusive com as finanças, pois, quando essa união não existe por maior que seja o esforço os problemas começarão a surgir e as cobranças aparecer. Alguns meses atrás meu amigo e sócio Conrado Navarro escreveu para o site Dinheirama um artigo muito interessante que fala sobre o dilema da individualidade e as consequências que financeiramente podem trazer em um casamento, tomo a liberdade de reproduzir algumas sugestões feitas no texto para que a vida a dois seja acompanhada também de cumplicidade financeira, acompanhe: 1. O casal deve ter objetivos comuns Eu sempre digo que quando duas pessoas decidem unir-se e constituir família, o mínimo que se espera desse relacionamento é que eles tenham uma, pelo menos uma, meta conjunta. Parto do princípio de que as pessoas se casam e criam seus lares porque assim desejam, e não porque é o que a sociedade espera que eles façam. Coloquei o dedo na ferida? Relacionamentos deveriam ser uniões com objetivos comuns, ainda que cada um tenha e mantenha sua individualidade (falaremos disso adiante). Esqueça o romantismo ou a religião, não estou falando de unir-se com propósitos maiores, muitas vezes abstratos e pouco palpáveis. Objetivos comuns são aquelas metas tão sonhadas antes do casamento, mas depois deixadas de lado e engolidas pela rotina. Casa própria, abertura do negócio próprio, uma viagem internacional e por ai vai. Coisas mais mundanas, simples, mas essenciais para criar na relação responsabilidade e compromisso. Atitude desejada: em vez de discutir a situação das finanças da casa, na próxima vez proponha uma avaliação das prioridades e criem uma lista com cinco objetivos comuns. 2. As tarefas devem ser compartilhadas Atendi muitas famílias em que o papel de organizar as contas e lidar com as responsabilidades financeiras era de apenas um dos cônjuges. Apesar de não achar isso um problema, prefiro que as tarefas sejam compartilhadas, ao menos quando lidar com as finanças traz angústia e ansiedade. Defendo que o envolvimento é essencial porque ele é capaz de humanizar a relação. Explico: participar, arcar com responsabilidades que vão além da rotina e dar satisfação no sentido de construir um resultado melhor são atividades que nos tornam mais comuns, humildes, o que é fundamental para compreender que riqueza e prosperidade financeira. Lidar melhor com o dinheiro em casa não se trata de ganhar muito mais ou de ser alguém extraordinário – pelo contrário, são os hábitos simples (e saudáveis) que criam o ambiente perfeito para uma vida mais feliz. Atitude desejada: criem um orçamento doméstico ligado ao lar e definam responsabilidades relacionadas a ele e aos objetivos comuns definidos no item anterior. 3. Deve haver respeito e valorização individual (hobbies e “manias”) Até agora, você deve ter percebido que minhas sugestões foram no sentido de incentivar o casal a tratar o dinheiro com mais naturalidade, ainda que com seriedade e foco em priorizá-lo. Tudo para que as finanças sejam vistas com a importância que merecem, mas trabalhadas com respeito e muito diálogo. A individualidade é tão importante quanto a decisão de levar o relacionamento aos próximos estágios (casamento, filhos etc.). Entendo que é preciso respeitar os gostos individuais e tudo aquilo que está ligado ao jeito de ser de cada um dos cônjuges. Cresci ouvindo uma frase muito interessante em casa: “Uma relação a dois só existe quando ela é feita por duas pessoas inteiras”. Cada um tem suas “manias”, seus hobbies e interesses próprios. Tudo isso precisa ser respeitado e tem que ganhar espaço na agenda familiar. Respeitar os objetivos comuns traçados e ter a humildade para reconhecer e admirar as características individuais do outro parecem ser atitudes coerentes com o propósito de construir uma família, você não concorda? Atitude desejada: fale menos sobre o que fazer e apenas observe e incentive o outro a praticar suas atividades. Admire mais e cobre menos. O texto do Conrado não deixa dúvidas o casal deve conviver com amor, respeito e também com planejamento. É preciso ficar muito claro o que se quer e espera dentro do relacionamento. Não perca a oportunidade de introduzir essa conversa em casa com seu companheiro (a) e comece aos poucos com paciência a construção de objetivos comuns, afinal: sonho que se sonha só é só um sonho, sonho que se sonha junto é realidade. Um abraço e até a próxima.