A decisão do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de criar linha de financiamento habitacional para trabalhadores com renda familiar superior a R$ 4,9 mil definirá novo parâmetro de juros para o setor, segundo avaliação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Safady Simão.
A nova linha terá taxa de juros de 8,66% ao ano mais Taxa Referencial (Taxa Referencial), menor do que as cobradas pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), que chegam a 12%. Segundo Simão, os bancos privados passarão a diminuir suas próprias taxas para aproximarem-se do novo patamar e ganhar competitiviade.
Simão disse acreditar que a linha aquecerá o mercado da construção civil, porém não detalhou estimativa de crescimento. A previsão é de que o setor cresça 5% este ano. Em 2006, o índice foi de pouco mais de 3%, conforme Simão.
Com a execução das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2008, a expectativa do setor é superar o percentual de 2007. Na opinião do presidente da Cbic, os recursos do FGTS para moradia popular não serão reduzidos. ?Está sobrando dinheiro no fundo e todo mundo querendo sacar para usar em infra-estrutura, em outros fins?, destacou.
Com a nova linha do FGTS, poderão ser financiados imóveis avaliados em até R$ 350 mil e o empréstimo poderá ser de no máximo R$ 245 mil, seguindo as mesmas regras do SFH. A regra valerá a partir de janeiro de 2008. O prazo máximo de pagamento é de 30 anos. A entrevista foi concedida à Agência Brasil.