Participei recentemente de uma roda de debate onde fui convidado para falar sobre a economia do Brasil em 2014 com as perspectivas em relação aos melhores investimentos para o ano. Encontrar uma resposta certeira para o melhor investimento nunca foi tão difícil, principalmente porque as pessoas tem a expectativa de ficar milionárias em pouco tempo, por isso costumo dizer que o melhor investimento é conseguir guardar dinheiro, algo que já seria fantástico para muita gente que chega na metade do mês já com a conta no vermelho.
Durante esse encontro comentei uma pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) que perguntou as pessoas qual sua maior dificuldade atual em relação ao dinheiro:
a. Ganhar Dinheiro;
b. Gastar de forma consciente;
c. Poupar;
d. Aplicar em produtos do mercado financeiro e
e. Planejar seus objetivos e orçamento.
O resultado da pesquisa foi surpreendente para muita gente, cerca de 40% das pessoas escolheram a opção “aplicar em produtos do mercado financeiro”. A verdade é que o crescimento econômico e a transformação de nossa economia nos últimos anos não foi acompanhada pela maioria das pessoas que continuaram agindo e infelizmente acreditando que investimento se resumia a caderneta de poupança ou no máximo em um fundo qualquer indicado pelo gerente bancário.
Hoje, temos um mercado financeiro onde existem diversos produtos para diferentes perfis, necessidades e bolso.
A Superintendente de investimentos da Anbima, Ana Leoni, preparou sete dicas para ajudar as pessoas na hora de investir:
1. Defina objetivos. Para que você quer juntar dinheiro? É para a aposentadoria, para estudar, para comprar uma casa?
2. Defina seu perfil de investidor. É uma grande oportunidade de o indivíduo se conhecer. Qual o nível de tolerância a risco, o que é importante para si? Essa autoanálise é essencial.
3. Busque informações. Procure informações sobre todos os tipos de investimento antes de tomar a decisão de aplicar o dinheiro.
4. Tenha disciplina para atingir o objetivo. Não se consegue planejar uma viagem sem saber o destino ou quanto vai custar. Tem que fazer parte da agenda comer, tomar banho e também cuidar do dinheiro.
5. Ao investir, procure sempre ajuda profissional. É importante ter alguém que está capacitado para dar orientações, mas também é importante saber fazer as perguntas adequadas a fim de atingir seus objetivos. “Ninguém chega numa farmácia e pergunta: o que é que tem de bom aí para mim?” diz Ana Leoni.
6. Cuidado com a excessiva oferta de produtos financeiros. Investir é um pouco como escolher um automóvel. Há várias opções quando o cliente entra na loja. Quando havia um único modelo de carro, era fácil.
Agora, há vários modelos de carros, como há vários tipos de investimento. Cada pessoa tem a sua necessidade. Cabe ao investidor saber o que é melhor para ele. O investidor precisa saber se tem intolerância a um investimento antes de colocar o dinheiro lá.
7.A ajuda profissional é importante. Procure sempre a ajuda profissional, mas a decisão final tem que ser do investidor. Não se deve terceirizar essa responsabilidade. É a sua vida e o seu dinheiro.
Eu incluiria uma oitava dica nessa relação: coloque cada vez mais o assunto Dinheiro no cardápio da família, para que falar sobre dinheiro deixe de ser um tabu, agindo dessa forma a família terá um bom planejamento de gastos, o dinheiro será valorizado e os investimentos terão mais qualidade, certo?
Até a próxima.