Com crédito mais barato, fica a dúvida: SFH ou SFI?
Apesar da crise no mercado de crédito imobiliário dos EUA, o setor no Brasil vai de vento em popa. Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito e Poupança (Abecip), citados na edição de 30 de agosto do jornal O Globo, mostram que o volume de recursos emprestados em julho deste ano foi 94,7% maior do que no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o crescimento já está na casa dos 72% em relação a 2006, ano que já havia fechado com alta de 92,5% sobre 2005.
O que diferencia ambos os mercados é que, enquanto nos EUA o juro básico da economia vinha sendo mantido em níveis baixos já há cerca de 15 anos, no Brasil essa taxa passou por um longo período de elevação, em função de problemas no cenário macroeconômico. Na prática, era mais barato alugar um imóvel do que financiá-lo. Entretanto, agora, com os juros em queda, a opção da casa própria torna-se cada vez mais interessante.
Com isso, tornou-se importante diferenciar os dois principais sistemas de crédito imobiliário existentes hoje no Brasil: o Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). O SFI capta recursos do mercado e os oferece para financiar imóveis, com taxas de juros livres ? acima da taxa básica praticada no Brasil, a Selic, que hoje é de 11,5% ao ano.
Já o SFH empresta recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ? o Blog Tecnisa já publicou diversas notas sobre ele (
aqui). Essa modalidade segue regras mais rígidas, definidas pelo governo o valor máximo de empréstimo, por exemplo, é de R$ 245 mil. Quem financiar um imóvel pelo SFH também não pode financiar outro imóvel pelo mesmo sistema. Em compensação, os juros são menores do que os verificados no SFI.
Dentro do SFH, o SBPE, fiscalizado pelo Conselho Monetário Nacional, pode ser utilizado por qualquer banco que opere cadernetas de poupança, desde que a instituição destine 65% desses recursos para o financiamento imobiliário. Já os empréstimos do FGTS seguem as diretrizes do Conselho Curador do fundo, que estabelece regras mais rígidas, como uma faixa de renda para que as famílias sejam aceitas no sistema. Recentemente o Conselho flexibilizou um pouco tais regras, conforme noticiado pelo Blog Tecnisa (
clique aqui). Atualmente, somente a Caixa Econômica Federal e a Nossa Caixa oferecem essa modalidade dentro do SFH.
Com o tema cada vez mais presente no cotidiano, o Blog Tecnisa voltará a abordá-lo em breve. Por isso, fique atento, e não deixe de visitar este espaço!