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Brasil 2030: quase R$ 300 bilhões em imóveis e erradicação das favelas
Estudo realizado pela consultoria Ernst & Young em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV) estima que, com a melhoria das condições de financiamento - redução gradativa das taxas de juros e dos custos - o crédito imobiliário deve chegar a R$ 290,4 bilhões em 2030, ante os R$ 25,3 bilhões concedidos em 2007. Isso significaria uma expansão média de 11,4% ao ano. O total de investimento em habitação no País deverá passar os atuais R$ 165,2 bilhões para R$ 446,7 bilhões.
O estudo também revela que haverá crescimento mais acentuado das famílias de maior poder aquisitivo e redução do número de domicílios com renda de até R$ 1 mil, cuja participação deverá passar de 53% do total em 2007 para 31% em 2030. Além disso, se esse cenário de manter, ao fim dos próximos 23 anos o Brasil terá praticamente zerado seu déficit habitacional, atualmente de 7,9 milhões de moradias ? isso significaria o fim das favelas no país.
Entretanto, a confirmação desse cenário depende do aprimoramento das regras do setor ? alguns avanços já foram obtidos, como a Lei 9.514, que instituiu em 1997 o Sistema de Financiamento Imobiliário e introduziu a alienação fiduciária, e a Lei 10.931, de 2004, que oferece maior proteção ao comprador do imóvel, estabelecendo, para os casos de disputa judicial, a continuidade do pagamento da parcela da prestação sob a qual não há discordância. No entanto, o Brasil pode colocar em prática, além das mudanças no plano legal, mais políticas que aumentem o desempenho do mercado imobiliário, principalmente no que diz respeito à concessão de crédito.
?O investimento habitacional elevado contribui de forma significativa para a sustentação do crescimento econômico. A habitação possui um papel importante na formação do investimento nacional, na promoção da qualidade de vida da população e, no atual momento da economia brasileira, oferece um horizonte de oportunidades?, afirma Carlos Miranda, sócio da Ernst & Young,. ?As projeções e cenários apontados no estudo são importantes para o planejamento das empresas e para entender as transformações pelas quais passará a demanda habitacional do País?, destaca o executivo.
O estudo é o primeiro de uma série de cinco relatórios com projeções exclusivas sobre o comportamento nas próximas duas décadas de cinco setores estratégicos da economia (além de mercado imobiliário, a série prevê analises sobre as áreas de varejo, energia, agroindústria e competitividade industrial.