Banco Central promoveu conferência internacional para discutir crédito imobiliário
O Banco Central promoveu em Salvador (BA), a I Conferência Internacional de Crédito Imobiliário. O objetivo do evento, que reuniu representantes do sistema financeiro habitacional, bancos públicos e privados, construtores, incorporadores e economistas de diversos países, foi discutir políticas habitacionais bem-sucedidas em outros países e que pudessem ser adaptadas à realidade brasileira.
Durante o evento, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reafirmou que o Brasil não está ameaçado pela crise hipotecária nos EUA, em função da disparidade entre os volumes de crédito dos dois países. ?O crédito imobiliário dos Estados Unidos representa mais de 60% do Produto Interno Bruto e no Brasil não chega a 5%?, disse ele. ?Em todo caso, precisamos ser prudentes para não sofrer do mesmo mal quando o mercado de financiamento imobiliário nacional estiver mais desenvolvido.?
Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, o foco deve ser justamente a elevação do volume de crédito disponível no Brasil. Segundo ele, o mercado de capitais é uma importante fonte de recursos para que o Brasil possa cumprir a meta de aumentar, nos próximos 10 anos, a participação do crédito imobiliário no PIB nacional no mesmo patamar chileno de financiamento imobiliário (cerca de 17%).
Paulo Simão também defendeu a necessidade de se criar condições para o novo momento que exige desburocratização, padronização de modelos de contratos, seguro de obras, cadastro único de imóveis e o fundo de liquidez e garantia. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Bernardo Appy, por sua vez, disse que o governo estuda medidas para incentivar o fortalecimento do mercado secundário no setor imobiliário. "Estamos estudando formas de consolidar um ambiente institucional que facilite o financiamento habitacional com recursos do mercado", afirmou.