Slow Motion
O movimento tende a ser mais lento daqui a para frente. Nada a ver com profecias ou eclipses turbulentos. Devagar e sempre, sabe como? Venho pensando nisso ao contabilizar as mudanças anunciadas para o nosso prosaico cotidiano. O saquinho de supermercado entre elas. Parece apenas uma questão prática, mas vai além. Mudanças de hábito que pedem calma, já pesou nisso? Sim, porque em vez de ir ao hipermercado e sair carregado de caixas de papelão recheadas de mantimentos, talvez você prefira fazer o mesmo à moda antiga. Uma vez por semana, com suas sacolas retornáveis nos braços. Talvez um carrinho de feira quando resolver comprar logo três quilos de laranjas. Mais fácil.
E as garrafas retornáveis de vidro, que já são novamente realidade? Separar vasilhames, levar para o dono da venda da esquina ou para a padaria do bairro e trocar por outras garrafas, que pesam mais e, portanto, devem ser carregadas em menor quantidade e mais vezes durante a semana. Já pensou nisso? E as lâmpadas gorduchas, convencionais, que irão sumir do mapa? Se você, como eu, já está colecionando lâmpadas com medo de ser vítima fatal de uma iluminação mais econômica, porém com qualidade muito inferior, talvez já tenha cogitado a possibilidade de voltar às velas – ao menos em situações um pouco mais íntimas. Um jantarzinho especial ou um banho demorado de banheira perde metade do encanto sob luzes frias, porém supereconômicas. Já pensou nisso?
Três exemplos práticos que podem mudar nosso jeito de viver uma semana convencional. Que talvez nos façam reduzir a velocidade, agir mais vagarosamente, ter mais paciência. Pensando bem, talvez todas essas mudanças sejam para o nosso bem. O que você acha?