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Pegadas certeiras

É certo que paisagismo tem a ver com plantas, mas vai muito além. Quem olha para um jardim, não vê o que está por baixo dele, e algumas vezes, nem o que está em sua superfície. O caminho de acesso a este jardim, as forrações, as pegadas…tudo precisa de planejamento, cuidado e um bom olhar. Não adianta pensar nas espécies que serão plantadas na área sem avaliar o seu crescimento, a forma como irão se desenvolver ao longo dos anos e como deverá ser o trajeto para passar por elas e apreciá-las. Os caminhos servem para tudo isso. Eles possibilitam o acesso ao jardim – quer dizer – ao espaço dedicado às plantas. Isso inclui corredores, terraços e até varandas. Muita gente acaba tornando essa passagem impermeável, cobrindo-a com cimento ou qualquer outro revestimento que precise ser rejuntado. Embora também seja possível, esta fórmula costuma dar um visual mais frio aos jardins. O contrário acontece com os materiais que permitem o escoamento da água da chuva – dormentes, bolachas de cerâmica, tijolos e placas de cimento são alguns deles. Em todos estes casos, vale incluir vegetação entre as pegadas. Há inúmeras forrações com crescimento lento que cumprem bem este papel, mas a grama ainda é a opção mais comum. Tanto as primeiras como esta última não podem ficar mais baixas que a pedra para não deixar um desnível. O ideal é que sejam mantidas cheias e acima do nível da pedra para esconder imperfeições. A distância entre as placas deverá ser de uns 7 a 10 cm. Outra dica importante é evitar o alinhamento. Como alguns modelos de placa não têm corte padrão, vale usá-los em ziguezague, em curvas ou simplesmente sem rigor para dar movimento ao percurso e criar situações de surpresa, escondendo e revelando espécies. Nas fotos, algumas das situações citadas acima: em ordem, projetos assinados por Maria do Carmo, da pousada Refúgio das Pedras, em Ilhabela, SP, Carlos Marsi (Tel. 11 8102-0741) e Gilberto Elkis (Tel. 11 3815-9537), estes dois em São Paulo.