Leitura na cozinha
No embalo da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), só consigo pensar em livros. Volumes para ler na cozinha mais especificamente. Gosto muito de fazer cursos de culinária” através dos livros. Acho mais fácil, mais gostoso, mais prazeroso abrir um livro de receitas novo do que assistir a qualquer aula. Tem sido assim desde o momento em que fui autorizada a usar o fogão por conta própria, quando tinha uns dez anos de idade. Sempre gostei de aprender sozinha. Minha mais recente ”escola” de cozinha é um livrão chamado
India Cookbook (Phaidon). Uma espécie de
Dona Benta indiano. Sou maluca por curry, mango chutney, todos os tipos de pastas, temperos, drinks com iogurtes, pimentas e afins da cozinha
made in India. É uma culinária com pratos que parecem muito difíceis de fazer, mas que, no fundo no fundo, são muito simples. Você precisa é de paciência para encarar o ritual. Antes de iniciar cada receita é preciso respirar fundo, se concentrar, preparar-se para moer, triturar, bater, sovar...
Comida indiana não é para iniciantes, mas é uma delícia de preparar e de comer. Cozinhar, com este livro, virou meditação diária. Abro cada página como se fosse iniciar um mantra. E a melhor parte é a sensação de descoberta. São pratos inéditos na minha cozinha e, por isso, não têm nada de óbvio. Será que vai ficar bom? Que cara isso terá? Vai ficar bonito? As pessoas vão gostar? Eu vou gostar? Tudo isso para dizer que livros são bons de qualquer maneira. Mas, na cozinha, acrescentam sabores que você nem sabia que existiam. Mesmo que você não acerte de primeira, a tentativa já é uma diversão. Se arrasar logo de cara, ainda melhor! Que tal se arriscar um pouco e tentar fazer diferente? Para mim, o prato do dia vem da Índia neste momento. Pra você, pode vir a Itália, do Japão, da Turquia. Descubra-se nesta viagem. Depois você me conta como foi?