Lar

Casa do futuro

Nestas últimas semanas a questão sobre como será a casa do futuro foi pauta de várias conversas. Para os estudantes da Domus Academy, em Milão, desafiados pelo Design Lab, promovido anualmente pela Electrolux, ela colocará a residência dos Jetsons no chinelo. Em vez de vasculhar as páginas de um livro de receitas, uma holografia lhe ditará o passo-a-passo do prato a ser feito. Equipamentos para reciclar o lixo transformarão os resíduos em energia para fazer funcionar pequenos eletrodomésticos. Esses são apenas dois exemplos, entre os muitos que os alunos de design da escola italiana vislumbram para o futuro das nossas casas. Particularmente, gosto da visão futurista projetada nos filmes, seriados e desenhos animados dos anos 60. Alguns dos “projetos” mais ousados naquela época já são realidade há tempos. Podemos conversar com as pessoas e vê-las em imagens ao vivo. Telefones conectados ao painel do carro cederam espaço aos celulares, mais modernos ainda nos sonhos futuristas daquela década. Ainda não temos ajudantes do lar como a Rose, mas robôs (apesar de eu ter muito medo deles...) estão presentes em linhas de montagem de fábricas há anos. E não está longe, suponho, o dia em que eles integrarão nossos lares. Socorro! Delírios à parte, penso que a casa do futuro terá sim mais tecnologia. Controles integrados, eletrodomésticos acionados por comando de voz, tevês interativas, computadores cada vez mais inteligentes. Mas acho que ainda está longe o dia em que trocaremos o calor de uma comida feita na panela por pílulas de proteínas e carboidratos. Também duvido que alguém se sinta em casa (e escolha viver dessa maneira) em ambientes com pisos iluminados, minimalistas ao extremo, sem tapetes ou almofadas. Se isso acontecer, certamente algum movimento retrô, atiçado pelas tendências da moda, certamente nos fará olhar para trás e recuperar ao menos um pouco do aconchego perdido.