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Bichos e plantas

Bichos no Jardim. Post da Thais no Blog da Tecnisa Se você tem cachorro ou gato em casa, provavelmente já notou que a combinação plantas e patas nem sempre é feliz. Já ouvi muita queixa de bicho que faz da grama alvo de escavação ou até mesmo come as folhas e extingue qualquer possibilidade de desenvolvimento de alguns exemplares. A dica genérica que dou é optar por poucas plantas, apenas ladeando muros. A substituição de grama por forrações mais resistentes também é indicada. Use grama-amendoim para cachorros e dólar para gatos e alterne a área com outros revestimentos. A raça do cachorro determina o tamanho do jardim. Para os de pequeno porte, uma área livre de 10 m² a 15 m² é suficiente. Já para os de grande porte, é preciso que o jardim seja superior a 20 m². "Mais do que o tamanho, é necessário que a área tenha um gramado para ajudar no desenvolvimento da pisada do animal", afirma o veterinário Rodrigo Caldas. O pedrisco é a opção menos indicada porque dificulta a corrida. Pisos emborrachados e pedras tipo miracema são as melhores alternativas aos pisos cerâmicos, que são mais escorregadios. Na falta de espaço, melhor optar por um gato. Fácil de ser domesticado, o bichano vive dentro de casa sem nenhum trauma. Varandas e jardins são um bônus na rotina do animal, que gosta de tomar sol. Se houver meios, a dica de Rodrigo é planejar uma área elevada para os passeios do bicho. Para aves, também vale tomar alguns cuidados. Gaiolas no jardim devem ser protegidas do sol. Se houver espaço, use bambus e arecas-bambu em torno da estrutura, tal como uma alameda. Mas vale saber: aves nativas brasileiras e aves exóticas que não são consideradas domésticas só podem ser adquiridas com a autorização do Ibama. Para isso, é necessário comprá-las em criadouros credenciados, que disponibilizem a ave com nota fiscal e um registro,geralmente uma anilha (anel) no pé. As gaiolas devem seguir as especificações de tamanho do zoológico. Araras e papagaios precisam de gaiolas com, no mínimo, 2 m de altura, para que possam voar. "Em gaiolas pequenas, essas aves entediam-se facilmente e passam a ter comportamentos anormais, como a mutilação", diz Raquel Sabaini, analista ambiental do Ibama. A alimentação dessas espécies deve ser feita com frutas e sementes. "Papagaio não é mamífero, portanto nada de dar pão com leite para a ave", alerta Raquel. Outras medidas imprecindíveis de bom trato: deixar o alimento no alto da gaiola, limpá-la com frequência e prever um local para que possam se esconder da chuva. Por último, não poderia deixar de falar dos lagos para carpas. Embora sejam peixes de água fria, que nadam nos lagos do norte da Europa em temperaturas próximas a zero graus, as carpas vivem com a mesma disposição no Brasil, em águas que atingem até 30 graus. Sua única exigência é a temperatura estável. Abro um parentêses aqui para contar que uma amiga enfrenta um sério problema com suas carpas. Sempre que chove forte, os peixes são jogados para fora do lago e morrem. Por isso, é importante planejar a profundidade. "O volume de água influencia no equilíbrio da temperatura. Por isso, 50 cm é a profundidade mínima ideal para um espelho d'água desenvolvido para este tipo de peixe", diz o oceanógrafo Ricardo Cardoso. Para manter a água cristalina, é preciso ter um sistema eficiente de filtragem (que contenha filtros físico, biológico e ultravioleta - este último, essencial para evitar a explosão de microalgas, responsáveis pelo aspecto verde da água), além de ração de qualidade. A quantidade de carpas é definida pela potência do equipamento de filtragem e pelo volume de água. O conselho é começar com uma carpa e aumentar gradativamente. As plantas, neste caso, podem ser usadas no entorno para forrar o exterior do espelho d'água e dar um aspecto mais natural à área. Minha sugestão: singônios, aspargos, clorofitos e grama-preta. Fotos Evelyn Müller A jornalista Thaís Lauton é autora do blog Cheiro de Mato, da revista Casa e Jardim.