Caixa é o primeiro banco a operar com financiamento de 30 anos
A Caixa Econômica Federal, banco estatal responsável por 63% do total das unidades financiadas no país no primeiro semestre de 2007, anunciou a ampliação de sua linha de crédito imobiliário de 20 para 30 anos, ou 360 meses. O prazo já é praticado em diversos países, como EUA e Japão, e, segundo a CEF, é resultado da estabilidade econômica verificada hoje no Brasil. O banco também criou uma linha de financiamento para compra de imóveis para empresas em até dez anos.
Outros bancos, como Bradesco e Itaú, também ampliaram recentemente os prazos de suas linhas de financiamento, mas de 20 para 25 anos. Antes, apenas o Banco Nacional da Habitação (BNH), extinto em 1986, chegou a oferecer um financiamento imobiliário em 360 meses. Com a estabilidade econômica e o boom do mercado imobiliário brasileiro, esta é cada vez mais uma tendência a ser seguida ? enquanto países como Inglaterra e Portugal registram um volume contratado de empréstimos imobiliários que passa dos 50% de seu PIB, no Brasil o número não chega aos 5%.
A Caixa também reduziu as taxas de juros para os financiamentos com recursos da caderneta de poupança. As novas taxas variam entre 10,4% ao ano e 12,7% ao ano, dependendo do valor do imóvel. Se a prestação for paga com débito em conta-corrente ou em folha de pagamento, a taxa de juros cobrada é menor.
No dia 1º de agosto o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) já tinha aprovado a redução nos juros para os trabalhadores que possuem uma conta ativa vinculada ao Fundo. A nova taxa, que só vale a partir de 2008, vai ser de 7,66% ao ano mais a Taxa Referencial (TR). Para os demais trabalhadores, que ganhem entre cinco salários mínimos e R$ 4,9 mil, a taxa é de 8,16% ao ano mais a TR. Também foi reduzida a taxa de administração no financiamento com FGTS, que a partir de 1º de setembro passará de R$ 25,00 para R$ 21,43.
As mudanças foram anunciadas durante a divulgação do balanço da instituição no primeiro semestre. O lucro líquido atingiu R$ 1,716 bilhões, valor 27,6% superior ao lucro obtido no mesmo período de 2006. Segundo a Caixa, o resultado se deve às operações de crédito, que somaram R$ 5,766 bilhões. Também colaborou a captação da caderneta de poupança, com R$ 4,3 bilhões.