Paisagens construídas podem ser facilmente transformadas. Agora, será que há um jeito de manipular a natureza para que ela se adeque a arquitetura de uma casa?
Pois, saiba que paredes verdes fazem parte de várias propostas de design de fachadas e decoração de interiores.
Mas, quando essa tendência surgiu? Quais os seus reais benefícios? Porque um jardim vertical seria uma boa opção para residências? Veja a seguir!
Um pouco sobre o surgimento do jardim vertical
Antes de falar como surgiu o jardim vertical, é importante entender o que é isso, de fato. Bem, não se trata apenas de uma tendência de decoração, mas de uma incrível técnica de paisagismo urbano.
Também é conhecida como ‘parede viva’ ou ‘parede verde’, pois lida com vegetações. E pode ser incorporada a projetos de arquitetura de edificações; arquitetura de interiores; arquiteturas de quintais e mais.
O primeiro jardim verticalizado que se tem registro na história foi o jardim suspenso da Babilônia. Porém, esse não se trata do caso.
Muito depois dessa construção, já na metade do século XX, um botânico francês chamado Patrick Blanc estava visitando a Tailândia quando teve uma revelação. Ele percebeu como as plantas crescem em qualquer lugar, bastando apenas umidade.
“O trabalho de um botânico torna-se uma obra de arte.” – Patrick Blanc.
Consuelo Jorge e Elmor Arquitetura
Em 1986, Blanc projetou um jardim vertical para o museu Cité des Sciences, em Paris. Foi a partir do trabalho dele que essa técnica ficou popular. Mas, mesmo antes desse momento, outros artistas já haviam feito suas tentativas.
Nos anos 30, por exemplo, o paisagista brasileiro Burle Marx também fez um jardim vertical no edifício do Ministério de Saúde e Educação, no Rio de Janeiro.
A diferença dos projetos de paredes verdes desenvolvidos no passado para os desenvolvidos hoje é nítida. Hoje, fazem-se sistemas de coberturas vegetais com um planejamento estético muito maior.
Fora que os métodos de plantio e de irrigação também foram aprimorados. Agora, é possível ter uma amostra dessa técnica não só em feiras de arquitetura e decoração. Há exemplos de jardim vertical espalhados por várias cidades.
Como jardins verticais se adequam à propostas de arquitetura e urbanismo
Cidades mais verdes! Esse é um dos maiores desejos da maioria dos arquitetos urbanistas. Recentemente, com o fortalecimento de discursos ligados à ecologia, sustentabilidade e consciência ambiental, ideias como a do jardim vertical ganhou força.
Hoje, os habitantes das grandes cidades sentem uma deficiência de contato com a natureza e buscam meios de trazê-la para mais perto de si.
Sendo assim, paredes verdes têm sido criadas em vários projetos de arquitetura, urbanismo e paisagismo. Há exterior de edifícios sendo destacado por panos vegetais.
Grandes superfícies de pontes e viadutos foram transformadas com esta técnica. E, ainda tem jardim vertical sendo criado para ornar quintais e até ambientes internos de residências.
“A parede é autónoma. Ela está posicionada para crescer a longo prazo. É um pedaço da natureza dentro da cidade.” – Patrick Blanc.
Vantagens dos jardins verticais para a saúde dos humanos e de suas moradias
Técnicas de arquitetura como a do jardim vertical, pouco-a-pouco, está colocando mais verde dentro das moradias urbanas. E há muitas vantagens disso para a vida das pessoas. Há estudos científicos que comprovam uma melhora significativa de sua saúde através do contato com a natureza.
É como se o sistema humano resgatasse algo que fora tão necessário, tão benéfico, mas perdido no passado.
Pessoas com casas repletas de plantas saudáveis tendem a sentirem sentimentos bons. Suas moradas lhe dão sensações positivas de muita paz e tranquilidade.
Fora que alguns males como dores de cabeça seriam, supostamente, combatidos. Praticantes do Feng Shui, por exemplo, defendem essa tese, ressaltando os problemas gerados por um “edifício doente” e como as plantas ajudariam a “curá-lo”.
Paredes verdes fazem parte de uma proposta de arquitetura para tratar, portanto, não só a saúde de construções, mas também a saúde de seus moradores.
Claro, um fator decisivo para o sucesso dessa empreitada é a escolha e a adaptação das espécies plantadas. Contudo, um jardim vertical, em tese, sempre haveria de ser capaz de tratar o ar local, aumentar os níveis de oxigênio, deixar os ambientes mais frescos, e promover isolamento.
A relação jardim vertical e decoração de interiores
Vê-se que um jardim vertical pode ser muito vantajoso para a arquitetura de uma casa. Nem precisa repetir como, num sentido tecnológico, ele ajudaria a tornar as construções mais duráveis e seus interiores mais confortáveis.
Mas não é só isso. Jardins verticais podem deixar os espaços mais bonitos e atrativos; dar-lhes mais cor; mais textura; mais movimento. Impossível não ficar impressionado!
Os jardins verticais não são a única, mas certamente é a melhor solução para acréscimo de verde em decorações de interiores.
Podem-se montar quadros vivos em halls de entrada, salas, cozinhas, espaços gourmets, banheiros, varandas, sacadas e jardins de inverno. Em todos esses casos, as plantas fariam um contraste perfeito entre móveis rústicos ou elementos em estilo high tech.
Aquiles Nicolas Kilaris e Iara Kilaris
O paisagismo de jardim vertical equilibra elementos e suaviza cenários. Tem-se um visual diferente em cada estação. As espécies crescem, dão flores, trocam de folhas, morrem e renascem.
Essa evolução é acompanhada no dia a dia pelas pessoas. E isso traz a tona novamente a questão de fazer os humanos entrar em contato com o mundo natural, mesmo quando morando em uma grande e cinzenta cidade.
Estas dicas de jardim vertical na decoração foram criadas pela equipe Viva Decora.