Certo ou errado?
Será que existe mesmo um jeito certo ou errado de fazer as coisas? Comecei a pensar nisso quando uma amiga veio com a seguinte teoria: pessoas caóticas (no sentido de viver num ambiente bagunçado mesmo) são mais criativas. Rolou um choque com a afirmação. Ela disse que não era coisa dela não. Que tinha lido numa pesquisa muito séria. E que ela apenas concordava.
Ok! Cada um é cada um. Mas por aqui as coisas sempre funcionam melhor quando a casa está arrumada. Aqui e fora daqui também. Se é certo, ou não, vai saber... Mas tenho mesmo uma certa mania de arrumação. Gasto uns minutinhos extras para deixar a geladeira arrumada depois do supermercado – para poder encontrar tudo na hora, sem precisar arrastar tudo da frente na hora de buscar o iogurte do café da manhã. E também adoro mudar as coisas de lugar quando elas parecem, assim, um tanto bagunçadas. Tapete emaranhado, cortina desajeitada, cama mal-ajambrada, pia lotada de pratos... Pode até ser errado (?), meio madre-superiora demais, mas não sei fazer de outro jeito.
Avistar bagunça por perto me dá sempre a impressão de que a vida anda um pouco tumultuada. Teve um ano em que deixei muita coisa para depois, sabe como? Quando me dei conta, a lista de “reparos urgentes do lar” já estava gritando. Resolvi começar a botar ordem na casa pelo escritório. Enquanto arrumava livros, separava títulos dispensáveis, jogava papel fora e organizava pastas, clipes e afins, deu vontade de mudar tudo. Pintei um móvel inteiro com uma dupla de cores incrível que apareceu na minha cabeça em pleno surto. Aí precisava de um tapete para combinar com ele (compra adiada há anos, sei lá por quê). Depois, de uma cortina nova para mudar de ares, só pra variar. Quando terminei, notei que o ambiente estava a minha cara. A cara daquele exato momento. E nunca mais precisei provar que a teoria do caos, por aqui, nunca vai funcionar.